Estava eu secando o cabelo de uma senhora no auge dos seus cinquenta anos, quando sinto algo no meu pau.
Asfatei um bocado da cadeira achando que eu poderia ter passado minhas genitálias sem querer no cotovelo da senhoura.Quando vou pro outro lado dela, sinto de novo.
Olho pra baixo e tá lá o cotovelo dela nas minhas coisas.
Ela sorriu pra mim, dando uma piscadinha. Eu fiquei verde e com vontade de vomitar.
- a maria,
- conseguiu se encontrar nesses textos,dê uma olhada também.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
sábado, 17 de janeiro de 2009
O algodão doce.
Quando eu era pequenina e espiava o mundo pelas grades do portão, via sempre um véinho passando, gritando: Ói algodão! Um dia, resolvi sair e pegar a fila das crianças. Fiquei esperando o véinho transformar açúcar em nuvens, açúcar em mágica, em pedaços de carinho. Quando ficou pronto, mal podia acreditar! Peguei o algodão nos dedos e perna-pra-te-catar! Lá de longe, o véinho gritou: Ô Ritinha, mas e o dinheeeeeeiro, Ritinha? Eu virei e respondi: Não, vô! Num picisa de dinheiro, não! Só o algodão-doce já tá ótimo! Só o algodão-doce tá bão! O véinho deu risada e logo respondeu: É mesmo, né Ritinha? Só o algodão-doce já tá ótimo! Só o algodão-doce tá bão! :
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Use CAMISINHA.
Dar é dar.Fazer amor é lindo,é sublime,é encantador,é esplêndido!Mas dar é bom pra cacete.Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca,te chama de nomes que eu não escreveria,não te vira com delicadeza,não sente vergonha de ritmos animais.Dar é bom.Melhor do que dar,é dar só por dar.Dar sem querer casar,sem querer apresentar pra mãe,sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo. Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral,te amolece o gingado, te molha o instinto,sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir sobre futuro. [ufa!]Dar é bom, na hora,durante um mês,para as mais desavisadas, talvez anos.Mas dar é dar demais e ficar vazia.Dar é não ganhar.É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro,uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir,é não ter alguém pra querer casar,para apresentar pra mãe,pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: "Que cê acha amor?".Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito. Mas dê mais ainda,muito mais do que qualquer coisa,uma chance ao amor, esse sim é o maior tesão.Esse sim relaxa,cura o mau humor,ameniza todas as crises e faz você flutuar o suficiente pra nem perceber as catarradas na rua.Se você for chata, suas amigas perdoam.Se você for brava, suas amigas perdoam.Até se você for magra, as suas amigas perdoam.Mas... experimente ser amada."
domingo, 11 de janeiro de 2009
Essência.
Pessoas vestem roupas. Até a minha cama é forrada de lençol. Tem meia para o pé e luva para a mão. Tem calcinha, sutiã, touca e cachecol. Meu cachorro é cheio de pêlos e a montanha é cheia de árvores. Hoje, até as nuvens esconderam o céu e a grama forrou o quintal. Uma coisa é por cima da outra. A bala veio enrolada no plástico e até a borboleta se cobriu. Quando eu tiro a minha roupa, a epiderme não me abre e, se eu me descascasse, ainda seria músculo a enrolar o osso. É. Ainda tem o osso. Talvez eu seja, então, só aquela carninha dentro do osso de uma coxa de galinha.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Rotina I
- Rotina por rotina, só sobra o pensar: o que a gente esquece de esconder, de guardar pra si e só, aquilo que vai dar origem à experiência.Experiência não é – necessariamente – vivencia, experiência é discernimento, saber olhar através, ver o que ainda está por se mostrar.O que faz envelhecer não é o viver em si, mas sim o NÃO viver. Não saber experimentar o mundo de sensações que a vida oferece é que deveria ser pecado, e o Diabo que nos leva a cometer tal atrocidade é a Rotina: essa onipresente abstração do mal.Tá bom, não sejamos tão poéticos e revoltosos.Imaginem vocês, caros leitores, ao acordarem, banharem (a maioria, espero), fazerem o desjejum, irem ao trabalho, escola, cursinho (etc).Quando começamos a repetir tais ações demasiadas vezes de maneira igual, perdemos a sensibilidade auditiva. Se pararmos para ouvir, haverá um silencio quase que ensurdecedor em forma de canção nos rodeando: é a flauta da Rotina a tocar, cantando até adormecer vossos corações e vossas vidas.Haja sagacidade em nosso espírito, haja liberdade.
é sempre meu. ;)
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
L
Aí eu penso nesse papo de zíper. Quando as pessoas olham pra mim, digo, de um jeito fixo, eu começo a achar que o meu zíper está aberto. Ou que tem alguma coisa na minha cara, sei lá, calça rasgada, camiseta manchada, estrabismo, deficiência de uma estética agradável, sei lá. Tantas opções.Eu preciso comprar um tênis. Né, porque eu ando por demais e a sola do meu atual tênis não existe mais. E o outro — que é aceitável no quesito Ainda Existe Sola — é 38, sendo que eu calço 37, aí vão achar que eu tenho pé de palhaço, que eu estou toda errada, ou que eu sou toda errada. Mas, toda errada eu já sou, naturalmente. Esquece.)Dolores cantando lovemeforever e repetindo isso de um jeito quase doentio. Ouço isso e dá uma vontade absurda de chorar.Mas eu só choro quando eu corto o dedo ou quase arrebento o meu pé e olhe lá.Utilizo como roupa uma calça extremamente larga que com freqüência me faz ficar envergonhada devido ao efeito gravitacional que puxa a calça para o chão — após muito tempo de humilhação mandei apertar a calça.Eu fico triste quando eu não faço uma besteira que eu deveria ter feito. Já sentiu isso? É triste. Exato. Eu gosto de luzes. E mendigos — porque eles se vestem mais ou menos como eu.
Da Raquel.
MENTIRA,é meu! ;)
Da Raquel.
MENTIRA,é meu! ;)
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